Como a pandemia tem afetado os profissionais da saúde?

A pandemia do novo coronavírus chegou como um alvoroço na vida de todos e com maior intensidade para nós, profissionais de saúde. Junto com todos os terríveis impactos físicos causados pela Covid-19, essa crise de saúde pública exigiu um mergulho fundo nas emoções nesses últimos meses.

No início, havia a ansiedade gerada pela busca de respostas, pelo medo da própria contaminação ou de transmitir o vírus a familiares, além da necessidade de transitar em campo desconhecido. É nesse momento que fica claro que não somos super-heroínas, nem super-heróis, e que o apoio emocional é necessário e muito bem-vindo.

O suporte psicológico foi fundamental para identificarmos as emoções em meio a tanto estresse. O que aparecia genericamente como ansiedade foi se desdobrando em diversos outros sentimentos como incômodo, raiva, tristeza, angústia, frustração, indignação, preocupação e receio.

O primeiro aprendizado: somente identificando essas emoções é possível gerenciá-las, ou seja, desenvolver resiliência para nos recuperarmos mais rapidamente e reagirmos melhor em cenários adversos.

A enorme capacidade de adaptação das pessoas frente às mudanças foi outro aprendizado. Muitos se mostram impressionados com as mudanças drásticas e como estão reagindo a elas, o que trouxe outro conhecimento na carona: há muitas formas diferentes e alternativas de se fazer as coisas. Mudar pode ser muito bom.

Outra lição foi descobrir que, acima de tudo, temos dentro de nós potenciais e fortalezas como coragem, descontração e capacidade de ouvir e de amar, que nos ajudam de forma significativa a superar os problemas do dia a dia.

Além disso, lançamos um novo olhar à família e identificamos o que é realmente relevante para estimular o convívio e minimizar a sensação de isolamento afetivo e social, aumentando, assim, a satisfação, a realização, a alegria e o prazer. Cada um à sua maneira, podemos organizar uma agenda de atividades domésticas, incluindo exercícios físicos e banhos de sol com os filhos, preparando um jantar a quatro ou seis mãos.

Enfim, a pandemia nos ensinou a reconhecer as nossas fragilidades, a descobrir que temos forças para enfrentá-las, a encarar de frente as nossas emoções e a pedir ajuda especializada sempre que for necessário.

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